sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por que surgem novas doenças?

Com todo conhecimento e aparato da medicina moderna, por que é tão difícil derrotar os micróbios assassinos? Uma razão é a maior mobilidade da sociedade de hoje. Meios de transporte modernos podem rapidamente tornar global uma epidemia local. Aviões a jato facilitam a locomoção de uma doença letal, abrigada dentro de uma pessoa infectada, de uma parte do mundo para qualquer outra parte, em questão de horas.

Um segundo fator favorável aos micróbios é o crescimento explosivo da população mundial — especialmente nas cidades. As cidades, obviamente, produzem lixo. Neste há recipientes de plástico e pneus velhos cheios de água de chuva. Nos trópicos isso resulta na proliferação de mosquitos vetores de doenças assassinas como a malária, a febre amarela e a dengue. Além disso, assim como um matagal fechado pode alastrar um incêndio, a alta densidade populacional facilita bastante a disseminação rápida da tuberculose, da gripe e de outras doenças transmitidas pelo ar.

Uma terceira razão da volta dos micróbios diz respeito a mudanças no comportamento humano. Os micróbios sexualmente transmissíveis vicejaram e se espalharam em resultado da escala sem precedentes de relações sexuais com múltiplos parceiros, que têm caracterizado essa última parte do século 20. A disseminação da Aids é apenas um exemplo.

Uma quarta razão da dificuldade de derrotar os micróbios assassinos é que o homem tem invadido as florestas tropicais. O autor Richard Preston diz em seu livro The Hot Zone (A Zona Quente): “A emergência do vírus da Aids, do Ebola e de muitos outros agentes infecciosos da floresta tropical parece ser conseqüência natural da degradação da biosfera tropical. Os vírus emergentes surgem de regiões da Terra ecologicamente prejudicadas. Muitos vêm de pontos periféricos de florestas tropicais devastadas . . . As florestas tropicais constituem os mais abundantes reservatórios de vida no planeta, contendo a maior parte das espécies vegetais e animais do mundo. As florestas tropicais são também seu maior reservatório de vírus, visto que todas as coisas vivas hospedam vírus.”

Assim, os humanos entraram em contato mais direto com insetos e animais de sangue quente, nos quais os vírus se hospedam, se reproduzem e morrem sem causar dano. Mas, quando um vírus “pula” do animal para o homem, pode tornar-se letal.

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